ASSIM NASCE A CIDADE FORTALEZA

SALVADOR

Salvador colonial https://pt.slideshare.net/JssicaSaito/cidade-colonial-salvador-apresentao
Salvador
foi fundada por Tomé de Souza em 29 de março de 1549, homem escolhido para
Capitão-General da fortaleza do Salvador e Governador Geral do Brasil. Situa-se
na Zona do Recôncavo, ocupando uma península cujo vértice aponta para o SW e
limita a baía de Todos os Santos ao N e a E. Altitude máxima: 119,91m.
Salvador foi a primeira capital do Brasil, posição que
manteve durante 214 anos (1549-1763). A Baía de Todos os Santos era conhecida
pelos navegadores portugueses desde 1501; sua localização estratégica na costa
brasileira propiciava as ligações Portugal - Brasil - África – Ásia. A
eqüidistância entre as regiões Norte e Sul do Brasil, aliada às condições
requeridas para o abrigo seguro e a correta manobra das embarcações, tudo isso
determinou a sua escolha como local ideal para a construção da capital do
Brasil, que foi construída de acordo com o projeto de Luís Dias.
Divide-se em Cidade Baixa(estreita faixa ao longo da baía) e Cidade
Alta( alçada por ladeiras, elevadores e planos inclinados, a cerca de 70m acima
do nível do mar). A zona urbana ocupa ainda os vales intermediários e a
planície litorânea oriental. Parte dos rios deságua no Atlântico(Joanes,
Jacaranga, Itamboatá); parte deságua na baía de Todos os Santos(Core, Cotejipe,
Santa Maria). Das ilhas do Recôncavo, sete pertencem ao município dentre elas a
Ilha dos Frades, Ilha Maria da Guarda e Ilha das Vacas são as mais importantes.
Dentre as lagoas, sobressai, pelo menos em interesse turístico, a Lagoa do
Abaeté.
ILHA DE FRADES
ILHA
MARIA DA GUARDA
O principal acidente geográfico da cidade é a baía de Todos os Santos com 1.052km².
BAÍA DE TODOS OS SANTOS
BAÍA DE TODOS OS SANTOS
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/11/maior-baia-do-pais-tem-ilhas-esconde-naufragios-e-e-retrato-da-desigualdade.html
Pela
sua localização privilegiada, Salvador torna-se um dos principais portos da
América do Sul, do Atlântico Sul. Através das mercadorias que chegam de
diversas partes, esta cidade mantém relações com diversos países e povos;
recebe pessoas de diversas partes do mundo, atraídas pela sua riqueza e também
pela sua localização, pois a corrente marítima “trazia” os navegantes para a
nova cidade. A nova capital já nasce com mais ou menos cinco mil moradores,
entre imigrantes e indígenas que aqui já habitavam. Por tudo isso, Salvador já nasce importante
para o mundo; ¹
A
primeira das medidas tomadas pelo seu fundador, após identificar a área onde
ficaria localizada a cidade, foi fortificar em circuito à volta da mesma ‘com
uma alta e forte estaca de paus’ para assegurar com ela os soldados e os
trabalhadores de alguma invasão. Mais tarde esta frágil defesa seria substituída
por ‘um muro de boa e grossa taipa de barro e madeira.’³
REFERÊNCIAS:
² BARSA, Enciclopédia. Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda. Rio de Janeiro-São Paulo, 1995. Vol.
14. P. 80
¹MATTA, Alfredo. Anotações
de aula. 08.2017
³ DOREA, Luis Eduardo. Histórias
de Salvador nos nomes das suas ruas. Salvador, EDUFBA, 2006. 450P.: Il +
anexo. (Coleção Bahia de Todos).
BLOG Negritude Baiana. Disponível
em: http://negritudebaiana.blogspot.com.br/2013/03/historia-de-salvador.html
A IMPORTANTE ESTRADA DAS BOIADAS
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/mundo-terra/boletins/brasil-para-tocantins-maranhao-piaui-pernambuco-alagoas-e-sergipe-11447.asp
A Estrada
das Boiadas era o caminho por onde se transportava, a pé, o gado procedente do
Sertão, destinado aos abatedouros, em Salvador. Os animais eram comercializados
na Feira do Capoame, hoje cidade de Dias D’Ávila. Através dessa estrada,
ocorria também a entrada e saída de diversas mercadorias que abasteciam a
cidade. Um dos percursos das boiadas era: Feira de Santana
- Pirajá - Estrada das
Boiadas - Retiro. O Retiro era utilizado como pasto extra das
boiadas que chegavam em Salvador, posteriormente o matadouro público foi
instalado nesse local.
Era
uma estrada de barro com areia, onde passava as boiadas. Era a principal
ligação entre Feira de Santana e Salvador; as boiadas que vinham de Feira de
Santana passavam por Pirajá e pela estrada das boiadas para conseguir descer
para a Areia do Canto da Cruz, indo em direção ao Retiro onde existia um local
onde enterravam as reses doentes e restos mortais dos bois. Existia também o
percurso que levava à Calçada, San Martin, passava pela Baixa dos Sapateiros,
Lapinha e tinha também a opção de passar pela Cidade Baixa e subir pelo Largo
do Tanque.
Foi pela Estrada
das Boiadas que o exercito nacional adentrou salvador, passando pela Lapinha, Soledade
alcançando Santo Antônio Além do Carmo, Pelourinho, Terreiro de Jesus e Praça
Municipal. Isso aconteceu no dia 2 de julho de 1823, que o exercito nacional
entrou em salvador pela Estrada das Boiadas, e com isso o bairro passou a ser
chamado de Liberdade, porque o lugar de sacrifício deu lugar à libertação.
A
partir das necessidades que naturalmente foram surgindo, a região passou a ser
povoada por pessoas que vinham de todas as partes transportando suas
mercadorias, imigrantes e ex-escravos.
Pesquisar
a Estrada das Boiadas nos ajuda entender a função metropolitana da Salvador
colonial, suas relações com o além-mar, com outras partes do Brasil, com os
sertões e a importância dessas rotas na construção desta tão importante cidade.
Os bois acabaram construindo as rotas dos
tropeiros, os pontos de descanso, de comércio de encontros para a diversão com
as vaquejadas, e isso foi levando a Bahia a criar rotas de comunicação, que
ainda são as estradas asfaltadas de hoje. Isso permitiu entender a função
metropolitana de Salvador colonial; as relações com o além-mar com outras
partes do Brasil, com os sertões, assim como o impacto dessas rotas em sua
formação. (MATTA ,2013,p.47).
REFERÊNCIAS:
BLOG
Conhecendo o bairro São Gonçalo do Retiro. Silvania Santos. Disponível em: http://silvaniavania.blogspot.com.br/2014/07/contextualizando-rua-travessa-11-de_27.html
BLOG
Feira de Santana: A Princesa do Sertão - Maria Eliana Machado. 2015.Disponível
em:http://melianadjm.blogspot.com.br/
BLOG
Bairro da LiberdadeDisponível em: http://liberdadepassadoepresente.blogspot.com.br/2015/09/historia-de-salvador-salvador-foi.html
BLOG
Minha Rua Minha História.Disponível em:
http://minharuahistoria.blogspot.com.br/2016/09/estrada-das-boiadas.html
BLOG Caminhando com Minha Vó -Delane Lima.2016.
Disponível em:
http://historiasdeminhavo29.blogspot.com.br/2016/09/a-estrada-das-boiadas.html
MATTA, Alfredo Eurico Rodrigues . História da
Bahia: licenciatura em História. Salvador: Eduneb. 2013.
https://paralemdoagora.wordpress.com/2013/04/21/ele-apenas-seguiu-a-boiada/
A
MODERNIDADE DA ESTRADA DAS BOIADAS
http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/vivendo-polo.php?cod_area=7&cod_polo=110
O bairro de São Caetano
tem ligação com a estrada das boiadas já que por ali também passava bois
sentido Pirajá - Feira de Santana e voltando Recôncavo - Salvador. Antes da construção
da rodovia BR-324, a Estrada Velha de Campinas era o único acesso daquela
região que ligava Salvador ao interior da Bahia, assim, a instalação desse
posto atraiu pessoas ao seu redor.
Na
antiga Estrada das Boiadas assentaram gente que vieram de várias partes. Eram
imigrantes rurais que vinham em busca de melhores oportunidades. Ocuparam as
margens da estrada onde foram nascendo os bairros periféricos de Salvador,
dentre eles o bairro São Caetano, que nos anos de 1947 era um aglomerado de poucas casas espalhadas, cercadas por roças de
cacau, roças de mandioca, bananeiras, jaqueiras, canaviais, frutas em
abundância, muita mata e uma fauna maravilhosa. Sua gente era de trabalhadores
rurais, pequenos cacaucultores, pescadores, caçadores, oleiros, carpinteiros,
marceneiros, lavadeiras, parteiras, benzedeiras, pedreiros, açougueiros e
alguns poucos bodegueiros.
São Caetano instalou algumas da primeiras industrias da cidade. Foram industrias de cerâmica, sabão, cera e óleo vegetal. Atualmente é um bairro populoso, possui um vasto comércio com várias lojas de confecções, calçados, móveis perfumarias e outros. Tem uma delegacia, 4 Colégios Estaduais, 3 Municipais e particulares, Igrejas evangélicas, a paróquia de São Caetano, um centro de saúde e uma quadra de esportes.
São Caetano instalou algumas da primeiras industrias da cidade. Foram industrias de cerâmica, sabão, cera e óleo vegetal. Atualmente é um bairro populoso, possui um vasto comércio com várias lojas de confecções, calçados, móveis perfumarias e outros. Tem uma delegacia, 4 Colégios Estaduais, 3 Municipais e particulares, Igrejas evangélicas, a paróquia de São Caetano, um centro de saúde e uma quadra de esportes.
O BAIRRO SÃO
CAETANO
http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/vivendo-polo.php?cod_area=7&cod_polo=110
São Caetano
tem sua origem me duas fazendas: a Fazenda Boa Esperança e a Fazenda Cruzeiro
do Sul. Segundo o líder comunitário Lauriano
Barbosa, o barro surgiu quando a Fazenda Boa Esperança “foi comprada em 1936 pelo cônsul Renato
Schindler, que manteve no local todos os habitantes que lá residiam. Com o
passar dos anos, para trazer melhorias,
Schindler aceitou a proposta de instalação de outras firmas no bairro. Foi
assim que as pessoas foram adquirindo os lotes restantes, onde construíram
prédios e casas populares.”
O batismo
do bairro se deu por causa da fruta melão de são Caetano, muito comum na época
em que o local era apenas fazendas.
É Importante destacar que
o sub-distrito de São Caetano é uma continuação do sub-distrito de Santo
Antônio, esses sub-distrito tiveram suas origens nas antigas freguesias. O
sub-distrito de São Caetano tem uma topografia um pouco mais acidentada e
estabelece ligações com o sub-distrito de Pirajá, Valéria e São Cristóvão.
A localidade conhecida
como Gomeia surgiu em torno do terreiro de João da Pedra Preta ou Joãozinho da
Goméia. João da Pedra Preta era um dos mais novo pai de santo, tinha dezoito
anos e já possuía o terreno, o terreiro era um simples galpão coberto por
telhas.
Na Boa Vista de São Caetano estão localizados os
diques do Ladrão e do Camurugipe; neste último, há muito tempo atrás, quando a
região era composta de chácaras, os barcos podiam navegar e os seu peixes
serviam como fonte de alimentação.
A
floresta do Ururbu atualmente conhecido como Parque São Bartolomeu também
abrigou escravos que lá encontraram proteção e em 1826 organizaram-se formando
o Quilombo do Urubu, que tinha como uma das líderes uma guerreira chamada
Zeferina. No local existia também um candomblé de nagô, seu pai-de-santo era um
mulato chamado Antonio
REFERÊNCIAS:
BLOG
Mergulhe na história do bairro São Caetano.
Jamile Santos. 2013. Disponível em:
http://mergulhenahistoriadobairrosaocaetano.blogspot.com.br/2013/07/a-historia-do-bairro-do-sao-caetano-e.html
Blog Rua Velha de Pirajá. Joana Angelica. Disponível em:
http://joanapedagogia.blogspot.com.br/2012/
BRITO,
Cristóvão. A estruturação do mercado de terra urbana e habitação em Salvador-Ba
a partir de 1970. Geotextos, Salvador: UFBA, v.1, n.1, p.51-80, 2005.
Rossi,
Rinaldo de Castilho. Da fazenda ao loteamento fortificado da Sapoca : A
urbaniza- ção na orla de Tubarão (Salvador-BA) / Rinaldo de Castilho Rossi.-
Salvador, 2016. UFBA. Disponível em: http://www.twiki.ufba.br/twiki/pub/IGeo/GeogTFG/TCCversaofinal.pdf
SANTOS, Elizabeth; PINHO, José Antonio Gomes; MORAES, Luiz
Roberto Santos, FISCHER, Tânia. O Caminho das Águas em Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairro e Fontes.
Coleção Gestão Social, Salvador. CIAGS/UFBA, SEMA, 2010.
União dos Moradores de São Caetano e Adjacêcias. A História
do Bairro do São Caetano. Disponível em:
http://uniaodosmoradorescaetano.weebly.com/historia.html
A PARÓQUIA DE CAETANO
Paróquia de São Caetano
da Divina Providência na Arquidiocese de São Salvador da Bahia.
Esta comunidade recebia uma visita
anual de um Padre da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da Lapinha que
celebrava a Santa Missa e os Batizados numa cabana de palha que fica numa
espécie de praça onde hoje se encontro o Colégio Estadual Pinto de Carvalho,
aqui na frente, quando chegou a esta Arquidiocese o Religioso Vocacionista Pe.
Luiz Fontana, que ficou residindo na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da
Lapinha, e este começou a frequentar com mais assiduidade o Bairro de São
Caetano, onde conheceu o Sr. Renato Schinder, proprietário de quase todo o
Bairro de São Caetano e após insistentes pedidos do Pe. Luiz Fontana, o Sr.
Renato Schinder doou este terreno, onde foi edificada esta Igreja dedicada a
São Caetano da Divina Providência, por isso é graças ao trabalho do incansável
Pe. Luiz Fontana que hoje temos esta Paróquia fundada em 07.10.1972, tendo como
1º Pároco, o Religioso Vocacionista Pe. Lucas di Nuzzo e temos uma dívida de
gratidão ao Religioso Vocacionista Pe. Luiz Belopede pela evangelização deste
Bairro, é bom que se diga que não existe uma só casa residencial ou comercial
de São Caetano que não tenha sido visitada por este devotado e incansável
Religioso, principalmente na ministração dos Sacramentos da Penitência e Unção
dos Enfermos.
A nossa Paróquia tem hoje, como estrutura física a Igreja Matriz de São Caetano e 3 Igrejas Comunitárias: Nossa Senhora da Conceição na Rodovia A, Baixa do Camurugipe, Nossa Senhora das Divinas Vocações na Rua da Saboaria, Boa Vista de São Caetano e São José Operário na Rua da Formiga. Esta há muito tempo foi coordenada pelos Frades Franciscanos. Atualmente é administrada pela nossa paróquia.
A nossa Paróquia tem hoje, como estrutura física a Igreja Matriz de São Caetano e 3 Igrejas Comunitárias: Nossa Senhora da Conceição na Rodovia A, Baixa do Camurugipe, Nossa Senhora das Divinas Vocações na Rua da Saboaria, Boa Vista de São Caetano e São José Operário na Rua da Formiga. Esta há muito tempo foi coordenada pelos Frades Franciscanos. Atualmente é administrada pela nossa paróquia.
FIND GLOCAL. Paróquia de São
Caetano da Divina Providência. Disponível em: http://www.findglocal.com/BR/Salvador/238777476186877/Par%C3%B3quia-de-S%C3%A3o-Caetano-da-Divina-Provid%C3%AAncia
A CAPELINHA
DE SÃO CAETANO
Igreja de São Nicolau - a "capelinha"
http://gshow.globo.com/Rede-Bahia/Mosaico-Baiano/videos/v/maria-menezes-visita-o-bairro-capelinha-de-sao-caetano/
O
Bairro formou-se a partir do bairro de São Caetano em meados dos anos 50
decorrente do processo de crescimento que acontecia na cidade de Salvador.
Segundo
o líder comunitário da Capelinha Jair Ferreira, “no começo o lugar era um
brejo, tudo mato”. A grande parte deste
bairro está encravada na falha geológica da cidade, que tem inicio no Elevador
Lacerda e perpassa o bairro do Lobato. Até meados do século XX existia o Dique
do Ladrão, que fornecia água para as docas da Bahia. Com a desativação do
dique, foi aberto um loteamento que deu inicio ao povoamento do local
Sua
população inicialmente foi composta por trabalhadores braçais vindos do
interior. Eram autônomos, biscateiros, pedreiros e todos que queriam estar mais
próximo do centro da cidade e do centro comercial da Calçada para procurar
trabalho, e também aproveitando o acesso ao sistema ferroviário implantado na
parte baixa do subúrbio.
A origem
do nome do bairro está associada a uma pequena igreja que já existia no local
desde o tempo que a região era apenas fazenda. Jair Ferreira conta que um padre
chamava essa igreja de “capelinha”, daí
o nome “pegou”. Essa “Capelinha” é a igreja de São Nicolau.
Hoje
no bairro funciona escolas municipais, estaduais e creches. No bairro há Igreja, Casa de Umbanda, um Centro Espírita e três Terreiros de
Candomblé. O comércio é diversificado, há lojas, padarias, mercearias,
funerárias, boutique e a famosa Sorveteria da Capelinha.
REFERÊNCIAS:
AMORIM.
Jucenilda de Freitas. Espacialidade Geográfica do Lugar: Bairro Capelinha de
São Caetano. UNIRB. Salvador 2008. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/9340141/Capelinha-de-Sao-Caetano.
SANTOS, Elizabeth; PINHO, José Antonio Gomes; MORAES, Luiz
Roberto Santos, FISCHER, Tânia. O Caminho das Águas em Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairro e Fontes.
Coleção Gestão Social, Salvador. CIAGS/UFBA, SEMA, 2010
ENTREVISTA
D. Maria Tereza Aves (Maria de Heraldo).
D. Maria Tereza Aves (Maria de Heraldo).
Buscando
descobrir mais sobre a história do bairro e/ou da rua 2ª Travessa da Jaqueira,
Capelinha de São Caetano, fui encontrar uma de suas moradoras mais antigas, D.
Maria, a Maria de Heraldo como era mais conhecida na rua. Mulher batalhadora,
forte e temente a Deus, D. Maria nasceu em Sergipe no dia 13.01.1942, lá
constituiu família e após alguns anos veio para Salvador com seus quatro filhos em busca de melhores
oportunidades. No momento desta
entrevista ela não está bem de saúde, mas faz questão de conversar, diz que
fará bem um “dedinho de prosa” e nos
conta um pouco do que consegue lembrar. Em respeito ao seu delicado estado de
saúde e de sua memória já prejudicada pela idade a “prosa” foi breve porém
muito proveitosa.
Dulci:
D. Maria, obrigada por me receber em sua casa. Me conte porque a senhora veio
para Salvador e como foi morar na rua 2ª Travessa da Jaqueira em Capelinha de
São Caetano.
D.
Maria: ah! Vim de Sergipe porque a vida lá tava ruim. Não tinha trabalho, eu já
estava separada e queria dar a meus filhos condição de vida melhor do que tive.
Fui morar lá porque lá eu consegui um terreno para fazer meu barraco. Morar em
outro lugar eu não tinha condição. Lá tinha “muito problema”, caia muita casa
com a chuva, vi muita terra desabar, gente morrer debaixo da terra, até criançinha.
Lembro de passar noites em claro com medo de dormir e acabar debaixo da terra
com meus filhos. Mas lá também tinha muita coisa boa. Uma vizinhança amiga,
gente trabalhadeira e honesta.
Dulci:
de onde vieram seus vizinhos, a Senhora sabe?
D.
Maria: ah! de outros interior, tinha
gente de vários cantos: de Jequié, de Sergipe e de lá mesmo. Era gente que não
tinha condição de morar em lugar melhor ia para lá, muitos invadiram terreno
como eu. Tinha muita escada, o terreno era acidentado, mas a vista era muito
bonita. De lá da minha casa eu via a ilha toda, via a linha do trem, a igreja
do Bonfim, os trem de carga passando, os navio atravessando o mar, via a
suburbana. Lembro dos soldados(do exército) que desfilavam na suburbana, lembro
quando construíram a igreja dos Alagados para o Papa, a vista é muito bonita,
muito bonita... Vi os Alagados sendo aterrado.
D.
Maria de mostrava cansada, fiz uma última pergunta em respeito à sua
fragilidade.
Dulci:
Para terminar me fale porque a senhora é conhecida como Maria de Heraldo.
D.
Maria: Ah! sorriu. É porque lá na vizinhança tinha muitas Marias. Então quando
chamava uma Maria, não se sabia qual estava chamando. Quando falava de uma
Maria, bem ou mal, não se sabia de qual Maria estava falando. Aí alguém achou a
solução. Chamar de Maria + o nome do marido ou do filho mais velho. Como eu não
tinha marido eu fui chamada de Maria de Heraldo, Heraldo é meu filho mais
velho.(foto). Tinha também Maria de Flor. (Seu Florisvaldo, o pescador da rua),
tinha outras Maria que agora não lembro mais.
Dulci:
D. Maria, muito obrigada! A senhora
ajudou muito nos contando um pouco a história desta rua e deste povo.
D.
Maria sorriu carinhosamente.
VISÃO QUE D. MARIA TINHA DA SUA PORTA
A "vista bonita" que ela citou.
http://gshow.globo.com/Rede-Bahia/Mosaico-Baiano/videos/v/maria-menezes-visita-o-bairro-capelinha-de-sao-caetano/
http://gshow.globo.com/Rede-Bahia/Mosaico-Baiano/videos/v/maria-menezes-visita-o-bairro-capelinha-de-sao-caetano/












Mara, gostaria de saber quem fez a pesquisa. Certamente um (a) aluno (a) de Alfredo da Matta.
ResponderExcluirAcertou!
ExcluirExcelente pesquisa. É muito importante sabermos das nossas origens. Parabéns.
ResponderExcluirObrigada
ExcluirOi Dulci. somente agora tive acesso ao seu blog. O trabalho está bem estruturado e nos passa informações importantíssimas para entendermos como foi a construção da cidade de Salvador, bem como, surgiu o bairro da Capelinha de São Caetano. Excelente pesquisa, que sem dúvida nenhuma, contribuirá para aprendizagem de outros que buscam o conhecimento sobre A majestosa Salvador e a origem de seu bairro. Parabéns!
ResponderExcluir